segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Carma, A Corda E O Agradecer

Faço uma pequena interrupção no estudo da nossa RD para elucidar uma questão que muito me incomodava desde quando eu entrei na SNI, a saber:

Qual a necessidade de se agradecer a todas as coisas, dentro da Seicho-No-Ie?

Alguém aí sabe a resposta? Não? Ok, ok, eu sei que é para manter a harmonia, manter a paz de espírito, "reconciliai-vos com todas as coisas do céu e da terra", mas, mais especificamente, porque o fato de agradecer, tecnicamente, é tão importante dentro da SNI?
A resposta, descobri anteontem, quando estava transcrevendo "A Humanidade É Isenta de Pecado", mais precisamente nas pgs. 87/89, que ora transcreverei:

"Confiar na desintegração dos carmas

Taniguchi - Quando temos um determinado pensamento, este permanece latente, constituindo a força motriz que gera outro pensamento semelhante. É como a corda do relógio despertador: seus ponteiros giram agora porque foi-lhe dado corda anteriormente. O alarme do despertador soa quando os ponteiros indicam uma determinada hora; isto ocorre devido ao desenrolar da corda. Da mesma forma, em dado momento ocorrem em nossa mente vibrações mentais de ira ou de tristeza, devido ao desenrolar da 'corda cármica' que demos no passado. O carma não se eliminará enquanto a corda cármica não se desenrolar e se manifestar concretamente sob diversas formas. Se manifestamos ira ou tristeza, é porque no passado formamos um carma correspondente a esses sentimentos. Mas tal manifestação é valiosa. A corda do relógio 'esgota-se' após desenrolar-se por completo, e então o alarme cessa. Da mesma forma, nosso carma também 'se esgota' após manifestar-se. Porém, se a maioria das pessoas torna a dar corda ao carma quando este está se desintegrando. É por isso que a força do seu carma negativo nunca se esgota. O que significa tornar a dar corda quando o carma está se desintegrando? É ter atitude mental que reativa o carma, como, por exemplo, pensar 'Estou zangado' diante de um contratempo e admitir 'Sou um mau sujeito, dado a se irritar facilmente'. Ter tal pensamento, seja passageiro ou em forma de reflexão, é reconhecer a existência do mal em si próprio e gravá-lo na própria mente. Costuma-se considerar boa, do ponto de vista religioso e moral, a atitude de refletir sobre si próprio e admitir o seu lado mau. Mas não existe esse 'eu' que a pessoa considera mau. Não existe o lado mau - esta é a visão fundamental da Seicho-No-Ie acerca do homem. Já que todos os homens sãos filhos de Deus, todos são bons. Então, quem é mau? Não é o nosso 'eu'. O que parece mau é simplesmente um processo através do qual um carma maléfico formado no passado está se manifestando para se desintegrar. Por isso, quem conhece esta Verdade, mesmo que fique zangado ou tenha pensamentos ou sentimentos negativos, não pensa 'Eu sou mau', mas mentaliza 'Está se extinguindo o carma; extinto o meu 'falso eu', manifesta-se o meu Eu verdadeiro, minha natureza verdadeira de filho de Deus, perfeito e harmonioso. Doravante não terei maus pensamentos", e deixa que a força do carma desapareça por si mesma. Pensando desta forma, enfraquecemos a força do carma que nos leva a repetir maus pensamentos e más ações; Creio que foi neste sentido que o apóstolo Paulo disse 'Nem eu tampouco julgo a mim mesmo'. E nem há necessidade de se julgar, pois se trata de 'falso eu', isto é, uma imagem projetada pelo carma, que não provém da natureza divina original, algo inexistente que logo se extingue. Basta assim refletir e desfazer-se do 'falso eu'. E sendo o Eu verdadeiro filho de Deus, este também não precisa ser julgado (Volume 16)"
(grifos do original, com exceção dos trechos sublinhados)

Amigos, apenas este pequeno trecho do volume 16 foi o suficiente para colocá-lo no meu top five da coleção A Verdade da Vida. Essa analogia com a corda do relógio é sensacional. Peço para que leiem novamente o texto, em especial a parte sublinhada, para que depois comentemos a questão que propus acima, se é que já não temos uma resposta para ela.
Leram? Então vamos lá!
Nós agradecemos porque o ato do agradecer corta todo carma negativo futuro que venha a ser formar. Simplesmente isso. Isso também é a base para a aplicação do princípio do relógio de sol, tão apregoado ultimamente na SNI.
Demos um singelo exemplo: você está andando belo e formoso na rua quando tropeça numa pedra e cai, se arranhando todo. O que fazer? Responder inconscientemente à pedrinha abençoada: "Muito obrigado!" ou entender o porque do agradecimento? Vamos lá!
Primeiro, no mundo mental você plantou esse tropeção. Ponto pacífico. Não se pergunte o porquê. No momento do tropeço o seu carma se extinguiu, acabou, morreu. É página nova. Mas você, irritado ou triste, levanta-se e diz "Ó Deus, ó vida, ó azar", o que acontece? A corda para o carma é dado de novo.
Bom, alguém me pergunta: mas é preciso ser um santo para não se irritar com tudo o que acontece no nosso cotidiano, não? Nessa pergunta já está implícita a resposta. Sim, mais do que ser santo, é preciso um preparo mental muito grande, semelhante à admoestação do Cristo, "vigiai e orai, pois não sabeis nem o dia nem a hora". Vigiemos e oremos, pois!
Alguma dúvida ou posso passar, de imediato para o estudo da próxima frase?
Vamos lá então!

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