domingo, 24 de abril de 2011

Alguma Sugestão?

Povo do meu blog! Já passei da descrição de mais da metade das Kannons Bosatsus existentes, e espero sinceramente que estejam gostando, uma vez que com todos estes posts devo, modestamente, estar preenchendo uma lacuna importante nos estudos kanzeônicos, pelo menos dentro da SNI. Minha pergunta é: após a publicação das 15 últimas Kannons de nossa relação, o que eu deveria postar aqui? Vamos às opções:

a) Mais um estudo de Revelação Divina: Deverei estar postando em breve aquela RD que vem logo depois da RD da Grande Harmonia, aquela quase desprezada que começa com "É chegada a hora..."...

b) A transcrição de "O Homem Contra Si Próprio": sim, pois reparo que muita gente me pede inclusive cópias desta obra através de comentários ou e-mails. Desde já adianto: caso eu resolva transcrever, será aos poucos, pois são 411 páginas de livro. Se eu consigo? Eu acho que sim, mas vai demandar um certo tempo. Mas eu gosto de projetos a longo prazo, e meu projeto de leitura de todos os volumes da Verdade da Vida não me deixa mentir: há mais de dez anos leio quase que ininterruptamente 40 vezes cada volume. Hoje, por exemplo, para espanto e pavor de minha augusta esposa, iniciei a 6a leitura do volume 19. Em suma, garanto a transcrição, mas não esperem muita coisa digitada, pelo menos por ora...

c) Parar com estes estudos todos e encerrar este blog: Sim, é uma opção viável também, mas espero sinceramente que não seja a mais escolhida!

d) Qualquer outra sugestão diferente das três primeiras: neste caso, por favor enviá-las através dos comentários ou pelos meus e-mails: lbximenes@ig.com.br ou lbximenes75@hotmail.com. Seja lá qual for a sugestão escolhida, farei depois das descrições das Kannons restantes, o que provavelmente será a partir de maio.

Aguardo comentários!

18 - Iwato Kannon Bosatsu


Pg. 524: "talvez uma forma sincrética de Amaterasu Omikami, pois é sempre representada sentada na entrada de uma gruta."

17 - Shûhô Kannon Bosatsu


Pg. 1083: Esta é rapidinha: "conhecida por distribuir tesouros aos seus fiéis". Digamos que a versão Papai Noel de Kannon!

16 - Emmei (Emmyô) Kannon Bosatsu


Pg. 247: "'Que prolonga a vida'", significa Kannon "enquanto 'prolongadores da vida'. Esta última é representada atrás de um rochedo. Esse qualificativo também é dado a Fugen Bosatsu. Também é chamado Emmyô".

15 - Itoku Kannon Bosatsu


Pg. 518: Itoku Kannon "representada sentada em 'posição real', segurando na mão esquerda uma flor de lótus"

14 - Shôkyô (ou Seitsu) Kannon Bosatsu


Pg. 1075: Shôkyô Kannon Bosatsu "correspondente a Nîlakanthî, "Avalokiteshvara de pescoço azul", provavelmente uma extrapolação budista de Shiva, que teria o poder de expulsar o mal e a infelicidade. Ele (ou ela) é representado(a) sentado(a) sobre uma pedra ou um lótus, às vezes com um vaso do lado. Existem várias representações suas, sendo que uma delas talvez esteja associada a Marishi-ten. Também é chamado Seitsu Kannon Bosatsu".

13 - Ichiyô Kannon Bosatsu


Pg. 477: Ichiyô Kannon está "representada sentada em pé, numa folha de lótus flutuando no oceano"

Plano de Estudos 2011 - Março

E eu não esqueci! Seguem aqui meus exercícios referentes ao mês de março do Plano de Estudos. Com exceção da primeira questão, que exige uma resposta individual, aí vão as duas outras respostas!

4 - Qual é o objetivo da Seicho-No-Ie?
R) Estimular ao máximo o potencial humano, através da conscientização da verdade "homem filho de Deus". E estimular a Verdade de que você, aqui e agora, pode ser feliz. Significa estimular, também, a criação - igualmente aqui e agora - do Paraíso terrestre, mediante a conscientização das Verdades Vertical - O Homem É Filho de Deus - e Horizontal - o Ambiente é produto de nossa mente. Através destas conscientizações o homem pode alcançar a tão almejada felicidade e, efetivamente, conquistar a paz no mundo. Muito obrigado!

5 - Escreva um texto com o tema "Reverenciamos a Vida" (mínimo 25 linhas):
R) Todo o Universo - inclusive o fenomênico - está repleto da Vida de Deus. Podemos dizer, com segurança, que em tudo e em todas as coisas existe a Vida de Deus. Cientes deste fato, devemos reverenciar a Vida em todos os seus aspectos. E o que significa reverenciar? Significa tratar com respeito, com deferência. E tratar com respecito, com deferência, significa vivificar.
Visto por este ângulo, reverenciar a Vida significa vivificar a Vida, o que parece - aparentemente - repetitivo. Apenas aparentemente. Isto porque, no ato de vivificar está implícito extrair o máximo de vida existente em determinada coisa ou situação.
E não se trata apenas de "extrair o máximo de uma determinada coisa ou situação": reverenciar a Vida significa também tratá-la com o respeito que a Vida de Deus merece e exige. E, neste sentido, uma das normas fundamentais dos praticantes da Seicho-No-Ie, "Ser atencioso para com todas as pessoas, coisas e fatos" está intrinsecamente ligada ao tema proposto. Isto porque reverenciar é também ser atencioso, é dar o devido destaque, o devido relevo.
Reverenciar a Vida, assim, é ser atencioso para com todos os aspectos da Vida, é ver a Vida inclusive numa folha caída de uma árvore e tratá-la com respeito e reverência.
Esta tomada de consciência vem ao encontro da posição que a Seicho-No-Ie vem tomando nos últimos anos, a saber, de uma nova consciência ecológica, ao admitir que tudo é vivo e tudo tem Vida. Neste particular, um adepto com essa consciência não apenas reverencia a Vida apenas por reverenciar, mas visualiza em todos estes objetos algo mais profundo, a saber, a Vida de Deus pulsando e imanente em cada um de seus átomos.
Assim, a reverência à Vida encerra este duplo sentido: uma retomada de consciência de que tudo tem Vida e, consequentemente, merece nosso respeito, e de que todas as coisas são dignas não só de nossa atenção, como apregoa a citada Norma Fundamental, mas também de nossa gratidão, o que nos leva, naturalmente, à tomada de posições ecológicas aparentemente inócuas, como preservar a Vida dos seres até então com pouca relevância para nós.
E tal conscientização pode se dar através do estudo e da intuição, ou melhor, apreensão, ou melhor ainda, percepção da Verdade que a Seicho-No-Ie ensina. Muito obrigado!

Confesso que esta última redação não está tão boa, reflexo de fazê-la vendo ao mesmo tempo a sofrida semi-final da Taça Rio, finda agora há pouco, entre Flamengo e Fluminense, em que o Mengão ganha sofregamente nos pênaltis... mas, vale o escrito, como diria o bicheiro...

12 - Suigetsu Kannon Bosatsu


Pg. 1104: "Representada sentada numa rocha ou em pé numa folha de lótus flutuando na água e olhando o reflexo da lua na água. Às vezes é representada com três cabeças e seis braços. Chin.: Shuiye Guanyin"

11 - Toku-Ô Kannon Bosatsu


Pg. 1189: "'Rei da Virtude', representada segurando um ramo de salgueiro. Por essa razão, é frequentemente confundida com Yôryû Kannon"

10 - Gyoran Kannon Bosatsu


Na pg. 360 de "Japão - Dicionário e Civilização" de Louis Frédéric assim consta a descrição desta Kannon: "representada como uma mulher segurando um cesto de peixes. Às vezes mostrada em pé ou sentada sobre uma carpa (koi) como num célebre desenho de mangá de Hokusai, é considerada a protetora dos pescadores e dos seres do mar. A lenda conta que ela teria aparecido na China na província de Jiangxi, no ano 818".

9 - Seyaku Kannon Bosatsu


À pg. 1032 do livro nos é informado que Seyaku Kannon Bosatsu é "considerada 'distribuidora da felicidade' e representada sentada perto da água, numa atitude pensativa, olhando flores de lótus".

8 - Takimi Kannon Bosatsu


Takimi Kannon Bosatsu, na pg. 1142, é descrita como "Bodhisattva de Virtude Infinita. É representado olhando para uma cascata (taki)."

7 - Renga Kannon Bosatsu


Mais uma emanação de Kannon Bosatsu, Renga Kannon é descrita, à pg. 966 de nossa obra, como "geralmente representada como uma jovem sentada numa flor de lótus". Ei-la acima!

Feliz Páscoa!

Mais óbvio do que o título deste post impossível! Mesmo assim, LeoJisso, o seu companheiro de todos os posts, bem como sua augusta esposa, lhes desejam uma Feliz Páscoa e que o coelhinho lhes traga muitos ovos! E continuemos com nossa série sobre Kannon!

sábado, 23 de abril de 2011

Outro Belo Exemplo!

Povo do meu blog! Meus agradecimentos à Preletora Maria Inês Olsen Maia do Carmo que me mandou este e-mail da Monja Coen sobre o espírito do povo japonês neste terremoto, e que gostaria de compartilhar com vocês! Leiam!

JAPÃO


Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro.
Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.
Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las. Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras.
A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima.
A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.
Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos-
mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.
Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasen.
Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.
Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.
Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.
Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
Mãos em prece (gassho)

Monja Coen"

6 - Byakue Kannon Bosatsu


E chegamos à nossa sexta forma, desta vez com explicação mais elaborada, vejamos, à pg. 150: "corresponde, talvez, à divindade budista esotérica indiana Pâñdaravâsînî. É a 'Kannon de vestido branco', geralmente representada sentada em renge-za (sansc.: padmâsana), isto é, em posição de lótus. sobre uma flor de lótus desabrochada, segurando, na mão direita, um rolo de sutra (jap.: kyo) da Prajñâpâramitâ ou uma 'joia' (hôshû, sansc.: Mani) no peito, enquanto sua mão esquerda repousa num pedestal e segura uma corda ou um rosário. Às vezes seu véu cobre parte de seu rosto (como acontece com Ryûzu Kannon). Ela também pode ser representada sentada num rochedo ou, ainda, de pé sobre duas flores de lótus à beira do mar. Talvez seja uma forma original de Nyoirin Kannon"

5 - Yûge Kannon Bosatsu

Agora é a vez de Yûge Kannon Bosatsu, assim descrita à pg. 1290: "provavelmente representa um Bodhissatva da felicidade. É representada sentada em uma 'posição real' sobre uma nuvem que lança raios luminosos".

4 - Enkô Kannon Bosatsu


Continuando nossa série das 33 manifestações de Kanzeon Bosatsu, falemos agora da simpática Enkô Kannon, retratada, em nossa fonte, à pg. 251 como "representada, no Japão, sentada num arco-íris ou cercada de raios de luz". Linda, não?

Um Belo Exemplo!

Amigos, vejam o que li agora no Twitter, "Casos de Polícia": "Cova do Monstro de Realengo Recebe Flores". Leiamos toda a notícia, da autoria de Fabiana Paiva:

"Depois de ser enterrado na área de covas rasas, o túmulo de Wellington Menezes de Oliveira amanheceu com um buquê de monsenhores brancos e sinais de que velas teriam sido acesas.


De acordo com o coveiro André Luiz Oliveira, de 31 anos, ontem à tarde, um grupo de cerca de cinco pessoas esteve no túmulo do assassino, acendeu velas e rezou por bastante tempo.


— Uma das senhoras disse que era kardecista e veio rezar pela alma dele. Mas não sei dizer se as pessoas eram da família — afirmou o funcionário, que na sexta-feira enterrou o corpo do autor do massacre da Escola Tasso da Silveira, em Realengo.


André Luiz disse não acreditar que vândalos venham ao cemitério do Caju para realizar protestos na cova, assim como fizeram na casa onde o atirador havia morado com a família, em Realengo.


Massacre


No dia 7 de abril, Wellington entrou na escola, em que havia estudado, se fazendo passar por um palestrante. Ele matou 12 crianças entre 11 e 14 anos. Outras 12 ficaram feridas e três permanecem internadas."

Seja lá quem colocou as flores em sua cova, merece meus respeitos e, acredito, os respeitos dos leitores deste blog. O que ele fez foi horrível, mas não será com o ódio e o desprezo que venceremos o mal que ele fez, e sim com o Amor. Amor e caridade. Que Deus abençoe rica e abundamentemente os doadores de tais flores.
Deve ser por isso que minha augusta esposa tanto fala que seu carma em relacionamentos é arrumar Madres Terezas de Calcutá... Como diria Raul Seixas, "Carpinteiro do Universo inteiro eu sou..."

Jorge & Kanzeon

Como disse no post anterior, as orações de São Jorge e de Kanzeon Bosatsu são muito parecidas. Veja agora as referidas preces. Negritei os pontos em comum de ambas. Primeiro, a Oração de São Jorge:

"Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro, invencível na fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança, abri meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com vossas armas para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem pensamentos possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estendei vosso escudo e vossas poderosas armas, defendendo-sme com vossa força e grandeza. Ajudai-me a superar todo desânimo e a alcançar a graça que vos peço (faça agora seu pedido). Dai-me coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade. Rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e fazer o Sinal da Cruz."

Agora, a Oração de Kanzeon Bosatsu, presente na Sutra em 30 Capítulos para Oração Diária, pgs. 19-22:

"Neste momento, contemplo este mundo em que vivo como sendo manifestação da admirável sabedoria de Kannon, a Deusa da Misericórdia. As estrelas que cintilam no céu são os olhos da Deusa da Misericórida, que zela por mim. O vento que sussurra entre as copas das árvores, o murmúrio das águas dos riachos, esses e outros sons da Natureza são palavras que a Deusa da Misericórdia usa para se comunicar comigo. Todas as forças da Natureza manifestam-se para me vivificar. O mundo em que vivo não é um mundo desconhecido para mim. Eu compreendo este mundo e ele me compreende. Por isso, nada tenho a temer. Neste momento, abasteço-me na fonte da força imanente no Universo. Estou em perfeita sintonia com todas as forças do Universo, e sigo por caminhos tranquilos, orientado pelo amor e pela sabedoria do próprio Universo. Na Sutra Kannon está assim escrito: 'Mesmo quando fores cercado por malfeitores prestes a te atacar brandindo as espadas, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia, brotará misericórdia no coração deles; mesmo que alguém tente envenenar-te, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia, o veneno se voltará contra essa pessoa; mesmo que sejas acuado por uma fera e te vires na iminência de ser atacado por suas terríveis garras, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia, a fera se afastará e rapidamente tomará outro rumo'. Deusa da Misericórida é a sabedoria que purifica o Universo, e é a grande Misericórdia que protege todas as coisas do Universo. Como sigo ao lado dela, não deparo com nenhuma força que se oponha a mim. Com sua grande Misericórdia, ela me ama, me orienta e me preenche com nova força vital. A sua admirável sabedoria está presente em todos os seres e em todas as coisas. Por isso, tudo e todos neste mundo estão em perfeita harmonia. Agradeço à Deusa da Misericórdia." 

Sensacional, não?

Salve Jorge!

Bom dia a mais um dia 23, que continua sendo dia de Cowboy Jorge! Salve Jorge! Já tive em posts passados a oportunidade de informar aos caros leitores deste blog minha devoção ao Santo Guerreiro e sua incrível semelhança a ninguém menos que Kanzeon Bosatsu (é isto mesmo que tu o lestes, estupefato leitor! Se duvidas desta afirmação, compare as orações de São Jorge e a de Kanzeon, esta última na Sutra para 30 capítulos, dia 3, e veja se ambas não seriam idênticas no que pertine ao aspecto da proteção).
Na realidade não digo bem devoção, creio ser mais simpatia ao Santo Guerreiro por uma coincidência do destino: há quase dez anos, consegui meu primeiro emprego como advogado justamente na véspera de seu dia. Recordo-me como hoje de passar pela sua Igreja lá no Centro do Rio para a entrevista e minha posterior contratação. Na volta, feliz, ganhei (ou comprei, nem me lembro mais) um santinho dele, e só não comecei a trabalhar no mesmo dia porque era o primeiro ano que o dia de São Jorge fora elevado a feriado municipal (posteriormente estadual) no Rio de Janeiro. Assim, comecei minha carreira jurídica em 24.04.2002...
Os anos se passaram e a minha simpatia só aumenta. Não me chamo de devoto, pois para isso preciso ter pedido uma coisa para o santo, coisa que evito fazer (tudo bem, tudo bem, hoje no oratório, antes de fazer a sutra eu pedi...) e não me perguntem o porquê. Além das cores dele serem as minhas preferidas (vermelho e branco), desconheço as razões. Mas, como dizem por aí, em especial no Carnaval, se Simpatia é Quase Amor, fica aí o registro!
Ah, e descobri lendo a biografia do Paulo Coelho, que São Jorge é, entre outras coisas, além de padroeiro dos corinthianos (Parque São Jorge não é à toa...) é padroeiro dos livros...  outra coisa que adoro!
Salve Jorge!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Do Alcorão

Como sou um blogueiro que mata a ilusão e mostra a prática (versão seichonoieísta para "matar a cobra e mostrar o pau") transcrevo a parte do Alcorão que fala na morte de Jesus, proveniente do excelente "O Significado dos Versículos do Alcorão Sagrado Com Comentários", do prof. Samir El Hayek, com o seu respectivo comentário a respeito do mesmo. Trata-se da Quarta Surata (Capítulo), versículo 157, na pg. 136:

"E por dizerem: Matamos o Messia, Jesus, filho de Maria, o mensageiro de Allah, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, mas o confundiram com outro. E aqueles que discordam quanto a isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, mas apenas conjecturas para seguir; porém, certamente, não o mataram."

E agora os comentários:

"O final da vida de Jesus, na terra, está tão envolto em mistério quanto a sua natividade e, ainda, como de fato, está também o período da maior parte de sua vida particular, com exceção dos três principais anos de seu sacerdócio. Não será em nada proveitoso discutirmos sobre as muitas dúvidas e conjecturas existentes entre as primitivas seitas cristãs e entre os teólogos muçulmanos. As igrejas cristãs ortodoxas têm como ponto cardeal de sua doutrina que a vida de Jesus chegou ao seu termo na cruz, que ele morreu e foi sepultado, que no terceiro dia ressuscitou corporeamente, com seus ferimentos curados, caminhou e conversou, e comeu com seus discípulos, e que depois foi levado fisicamente para o Céu. Esta explicação é necessária para a doutrina teológica do sacrifício e da expiação vicária dos pecados, mas é rejeitada pelo Islam. Contudo, algumas das primeiríssimas seitas cristãs não acreditavam que Cristo tivesse sido morto na cruz. Os basilídios acreditavam que um outro indivíduo lhe serviu de substituto. O Evangelho de Barnabé sustenta a teoria da substituição na cruz. O ensinamento alcorânico diz que Cristo não foi crucificado nem morto pelos judeus, não obstante existissem certas circunstâncias aparentes que produziriam a ilusão na mente e alguns dos seus inimigos; que as disposições, as dúvidas e conjecturas sobre tais assuntos são vãs; e que ele foi elevado até Allah (ver o próximo versículo e respectiva nota)"

O próximo capítulo e a respectiva nota falam que Allah, meu bom Allah, o ascendeu aos céus, em processo semelhante à ascensão de Elias, por exemplo. E infelizmente, não tenho aqui o Evangelho de Barnabé para comparar com este trecho...mas, felizmente, ao que parece tal divergência teológica felizmente não virou mais uma pedra no sapato do relacionamento entre muçulmanos e cristãos. Ainda bem!

Continuando nas Leituras...

... alguém aqui já ouviu falar do livro "Jesus Viveu na Índia", do teólogo alemão Holger Kersten? Este livro, que foi proibido em Portugal, apresenta uma tese para lá de controversa, a de que JC não morreu na Cruz (opinião compartilhada, inclusive, pelo Alcorão!) e passou seus últimos dias na Índia, e que Ele conhecia muito bem as doutrinas budistas, que àquela época já contava com pelo menos seis séculos de idade? Pois bem, entre várias descobertas interessantes sobre JC, veja o que nosso querido autor escreve, às pgs. 228-229 da minha 14a edição:

"Os atributos de um Bodhissattva espelham a imagem que temos de Jesus. A principal qualidade de um Bodhisattva é a compaixão, porém num grau tão elevado que o torna capaz de tomar sobre seus ombros o fardo do mundo e ajudar os pecadores a alcançar a salvação. Mesmo que dê a impressão de falhar na compaixão ou no cumprimento do dever, sua missão salvadora permanece intacta. Jesus perseguiu esse ideal com seriedade, aceitando a responsabilidade de arcar com todos os pecados da humanidade, aceitando ser pregado na cruz como o cordeiro imolado. Com isso podemos dizer que Jesus apresenta todas as características de um Bodhisattva.
No budismo, a figura transcendental do Bodhisattva, Avalokitéshvara, é a encarnação da compaixão ilimitada. Avalokitéshvara é uma palavra que deriva da união de Íshvara (= Senhor, soberano) e ava-lokita (= aquele que olha para o mundo com compaixão). Avalokitéshvara é quase tão perfeito quanto o Buda, possuindo poderes miraculosos com os quais supera todos os perigos e dificuldades. A partir do século 12, Avalokitéshvara foi retratado com estigmas nas mãos e nos pés, simbolizando a Roda dos Ensinamentos. Muitos autores ocidentais têm reconhecido, no símbolo da roda, os estigmas de Jesus e veem nisso a prova de que Avalokitéshvara e Jesus eram a mesma pessoa"

"Eeeeepaaaaaaa", como diria Vera Verão, "Para tudooooo!!! Este autor está querendo sugerir simplesmente que Kankan e JC eram a mesma pessoa???"
Eu me silencio e deixo a resposta ao amável leitor. Outro ponto digno de nota e não apresentado aqui: a SNI apresenta, exceção feita a apenas um livro, de que eu não me recordo agora, Kankan como personagem feminina. Agora ela, como JC, é masculina??? Qu´est-ce que ça signifie? Tolinhos, quando eu falei, posts atrás, analisando a homofobia, que espírito não tem sexo, quantos de vocês abanaram a cabeça em sinal de desaprovação e querendo mandar este blogueiro às favas? Pois é...
Mas não nos prendamos aos detalhes e sim à essência! A tese de Kersten não é, no mínimo, para se ter um ou dois minutos de reflexão?

Do Evangelho de Maria Madalena

Confesso que hoje dei uma olhada meio por acaso num livro que comprei há algum tempo, creio que de uma Editora evangélica, intitulado "Apócrifos e pseudo-epígrafos da Bíblia", um livro tão grosso quanto a própria, que pretende ser o repositório dos escritos apócrifos que foram meio que deixados de lado pela Cristandade no momento da formação do cânone bíblico. E, confesso, o que me chamou a atenção para o mesmo foi o fato de que, em Porto Alegre, vi o mesmo livro numa livraria sendo anunciado em nova edição contendo os Evangelhos de Tomé ou Judas e de Maria Madalena. O de Tomé (ou Judas) eu já sabia que esta minha edição mais antiga tinha, mas fiquei curioso quanto ao segundo. E, qual não foi a minha (grata) surpresa ao saber que lá tinha tal obra, também? E qual não foi a minha (gratíssima) surpresa ao descobrir neste Evangelho tais palavras tão semelhantes ao pensamento seichonoieístico? Por favor, é para ler em posição de oração!

"O Salvador disse: 'Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem uma das outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça'.
Pedro lhe disse: 'Já que nos explicaste tudo. Diz-nos isso também: o que é o pecado do mundo?' Jesus disse: 'Não há pecado; sois vós que os criais. quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é o chamado 'pecado'. Por isso, Deus-Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua origem'".

Acho que tá bom, né? No primeiro parágrafo JC simplesmente nos informa da unicidade de todas as coisas (o velho mas nunca batido "eu e outro somos um") e no segundo parágrafo simplesmente Ele nos informa da inexistência do pecado! Interessante, não? E é por conta deste pecado que Deus novamente apareceu para (re)conduzir-nos à nossa origem. Não é sensacional?

Reflexões De Uma Sexta-Feira Santa

Povo do meu blog! Após uma semana que estive no Sul na terça e na quarta-feira a trabalho, eis-me aqui compartilhando um pouco deste feriadão convosco. Por onde começaremos, então?
Daqui a meia-hora, aproximadamente, reza a tradição que se trata da hora em que Jesus Cristo morreu aqui neste plano. Para a Cristandade, como um todo, esta sexta-feira santa é o dia mais triste do ano, para os que comungam tal fé. Claro que no domingo, com o Senhor Ressuscitado, toda essa tristeza termina, não em pizza, mas em chocolate. Mas, questionemos um pouco...
A SNI tem uma visão um pouco diferente de Cristo. Na realidade, ela evoca o chamado Cristo Eterno, presente em cada um de nós. Como se dá isso?
Cristo nasceu, permaneceu um bom tempo de seu ministério oculto, e, quando revelado, mostrou ser alguém que transcendeu, de forma admirável, as chamadas leis da matéria. Curou doenças, ressuscitou mortos, e, mais importante, ensinou o know how de todas estas proezas, dizendo, numa das maiores provas de humildade já vistas, que quem tivesse fé o suficiente ainda lhe superaria em tais proezas.
E nós achando tolamente que Ele seria na mais leniente das hipóteses, nosso Irmão mais velho...
Seu desprezo à matéria atingiu o ápice com sua morte. Por que? Porque nem a morte o matou. Ei-lo redivivo, para espanto de seus onze assustados apóstolos (não vos esqueçais do pobre Judas, a essa altura devidamente suicidado por trinta dinheiros).
E hoje, nesta que é a mais aziaga das datas cristãs, qual o significado de sua morte? Modestamente, eu acredito que seja um lembrete para nós da morte de tudo o que é fenomênico, tudo o que é instável. JC mostrou, em apenas três anos, verdades tão profundas a respeito dos homens e de seu papel na espiritualidade que se tornou, para muitos, pedra de tropeço a tudo o que é espiritual, razão pela qual pleiteiaram tanto por sua morte, como se a morte de um corpo físico pudesse ser o ponto final das ideias deste mesmo corpo.
E o melhor de tudo, a mais doce das lembranças: Este mesmo Jesus Cristo não está morto, Ele está vivo. Em mim, em você, em toda a humanidade. Ele é, em última instância, o que de melhor nos proporciona a nossa espiritualidade, ou seja, a consciência de que somos, assim como o Nazareno que daqui a aproximadamente um quarto de hora nos deixou neste plano barbaramente crucificado, filhos do mesmo Pai Eterno e, acima de tudo, Amor.
Pensem nisso.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bela Propaganda do Flamengo (baseada na Coca-Cola de Masanobu Taniguchi!)

Gente, mil perdões, sei muito bem que este é um blog religioso, etc e tal, mas acabei de ver um vídeo plagiando aquela propaganda da Coca-Cola que tanto elogiei, à la Masanobu, que é impagável, pelo menos para mim e a torcida do Flamengo! Mil perdões aos torcedores de outros times, mas essa eu tive que postar! Vejam: http://www.youtube.com/watch?v=SVQ08h7DH0E
Os bons são maioria! Mengooooooo!!!!!!!!!!!!!!!

Agora voltamos à nossa programação normal!

domingo, 17 de abril de 2011

500º Post!

Povo do meu blog! Este é o post de número 500 deste humilde blog! Mais de um ano escrevendo sobre várias coisas aqui... muito boa essa marca, que venha logo o milésimo post, quanto tempo será que demorará ainda? Tomara que pouco, e tomara também que aumente cada vez mais o número de leitores dele, para que a verdade da Seicho-No-Ie seja levada para mais longe, para todos os cantos da blogosfera! Muito obrigado!

3 - Jikyô Kannon

E, continuando com a nossa Kannonzada, vamos à terceira: Jikyô Kannon é "representada como uma mulher com um rolo das escrituras sagradas do budismo na mão" (pg. 537) (perdoai o tamanho reduzido desta, foi o que deu para arrumar...)

2 - Ryûzû Kannon

Essa é a versão São Jorge de Kannon! Vamos lá, no nosso livro, na página 983, o que se diz sobre ela? Ela é "representada como uma mulher sentada num dragão (ryu) ou nas costas de uma tartaruga marinha (kame). Um véu esconde, em parte, a pequena efígie (kebutsu) de Amida que se encontra em cima de sua cabeça. Na mão, ela carrega uma flor de lótus desabrochada ou está com as mãos em dhyâna-mudra (jap. jô-in), escondidas sob o vestido. Uma grande estátua moderna desse Bodhisattva, de cimento, foi recentemente construída ao pé da colina de Higashiyama, em Quioto."

1 - Yoryû Kannon

Começando agora a discernir cada uma das manifestações de Kannon Bosatsu, iniciemos por Yoryû Bosatsu, foto ao lado. A fonte que eu tenho, à pg. 1282, classifica Yoryû Kannon como "espécie de representação de Yaku-ô Bosatsu, divindade budista da medicina, assistente de Yakushi-Nyorai (sansc.: Bhaishajyaguru). É apresentada segurando um ramo de salgueiro". E minha augusta senhora informa que ouviu um trecho de uma oração que assim dizia: "ela asperge com um ramo de salgueiro a água que cura". Deve ser ela mesmo!

Um Campeão Que Vence a Morte

Povo do meu blog! Li nestes dias o seguinte artigo do professor Seicho Taniguchi na Pomba Branca deste mês e achei muito interessante. Gostaria de compartilhar com vocês, pode ser? Então vamos lá!

"O pai do Dr. Joseph Murphy, divulgador do pensamento iluminador dos EUA que já esteve no Japão, iniciou os estudos do idioma francês aos 65 anos e, aos 70, tornou-se mestre dessse idioma. Também começou a pesquisar a língua gaélica depois dos 60 anos e se tornou um renomado professor dessa língua. Até morrer aos 99 anos, ele se dedicou a diversas atividades educacionais.
Quando a vida humana realiza desse modo constante progresso e desenvolvimento, jamais envelhece. O homem não deve nunca negligenciar esforços para crescer. Qualquer que seja a idade, jamais será tarde demais para começar um estudo. O dr. Murphy escreve também o seguinte:
'Na Inglaterra, encontrei um cirurgião. Ele tem 84 anos, realiza cirurgia toda manhã,visita seus pacientes à tarde e escreve livros à noite. Aos 84 anos, é um jovem cheio de vitalidade, dedica-se com entusiasmo e paixão ao que faz, ama as pessoas e tem muita boa vontade. Ele não se rende ao peso da idade, Sabe que sua Vida é imortal. Ele me disse: 'Se eu partir amanhã para o mundo espiritual, lá desejo curar as pessoas efetuando cirurgias mentais e espirituais, sem usar o bisturi.'
Realmente, só aquele que está consciente da existência da Vida imortal sabe que continuará existindo, transcendendo o corpo carnal, não perde eternamente a esperança e se mantém sempre jovem. Que esperança pode nascer de uma ideologia materialista que considera tudo terminar com a morte do corpo carnal?
O corpo carnal de todas as pessoas um dia morre e se transforma em cinzas, gases ou pó da terra. Será que o homem se esforça a vida toda para se transformar em cinzas? Nós amamos, sofremos, nos alegramos e entristecemos para nos transformarmos em gases? É impossível que seja assim. Existe, com certeza, uma alma que continua progredindo eternamente, mesmo após abandonarmos o instrumento chamado corpo carnal.
Aquele que tem consciência da existência dessa alma e que também sabe que a essência dela é divina é um imortal que vive o dia a dia sempre renovado, possui uma grande esperança no futuro, não se preocupa com os fracasssos do passado e consegue continuar levando uma vida de constante avanço. Ele jamais se queixa. Não fica falando dos bons dias do passado. Ele vive o agora empenhando sempre toda a sua Vida para concretizar no futuro o reino de Deus. Aquele que vive o agora é um campeão que vence a morte"

(TANIGUCHI, Seicho, Reflexões Sobre A Vida, pg. 212 - 214)

As 33 Formas de Kannon(ou Kanzeon) Bosatsu


Senhoras e senhores, ladies and gentlemen, após anos e mais anos de pesquisas e indagações, tenho o místico prazer de apresentar-vos este que é uma das minhas maiores curiosidades desde que eu entrei para a Seicho-No-Ie e conheci a gentil Kannon Bosatsu.

Trata-se de algo que furunfei em tudo quanto foi livro da SNI, literatura budista e não achava de jeito nenhum. Sim, trata-se nada mais nada menos da lista completa das 33 manifestações de Kanzeon Bosatsu, a padroeira da SNI.

E fui achar isso no excelente e volumoso "Japão - Dicionário e Civilização", de Louis Frédéric, que menciona, entre outras (e várias) coisas o Mestre Masaharu Taniguchi e a nossa querida SNI.

Não sei se vocês estão reparando, mas de uns posts para cá meus textos vêm sendo apresentados sem a menor formatação. Peço desculpas, mas é involuntário. Procuro aqui a causa mas não a encontro. Para facilitar um pouco a leitura e a identificação das 33 formas kanzeônicas, negritarei o número de cada uma delas e, nos posts seguintes, conforme eu vá pesquisando neste calhamaço, vou identificando cada uma das Kankans... vamos lá então? Antes de mais nada, vamos citar o que o livro diz sobre estas 33 formas... vamos à página 1002 do nosso livro:


"SANJÛSAN ÔGESHIN. "Trinta e três formas de Kannon Bosatsu" (sânsc. Avalokiteshvara) que são emanações (ou correspondências, encarnações ou 'corpos de transformação') desse Bodhisattva de origem chinesa (chin.: Guanyin Sanshi´er Xiang). Essas formas (ogêshin) deram origem a uma famosa peregrinação aos 33 templos das províncias do oeste (ver SANJÛSAN-SHO). São geralmente:


1. Yôryû Kannon Bosatsu;

2. Ryûzu Kannon Bosatsu;

3. Jikyô Kannon Bosatsu;

4. Enkô Kannon Bosatsu;

5. Yûge Kannon Bosatsu;

6. Byakue Kannon Bosatsu;

7. Renga Kannon Bosatsu;

8. Takimi Kannon Bosatsu;

9. Seyaku Kannon Bosatsu;

10. Gyoran Kannon Bosatsu;

11. Toku-ô Kannon Bosatsu;

12. Suigetsu Kannon Bosatsu;

13. Ichiyô Kannon Bosatsu;

14. Shôkyô (ou Seitsu) Kannon Bosatsu;

15. Itoku Kannon Bosatsu;

16. Emmei (ou Emmyô) Kannon Bosatsu;

17. Shûhô Kannon Bosatsu;

18. Iwato Kannon Bosatsu;

19. Nôjyô (ou Noshô) Kannon Bosatsu;

20. Anoku Kannon Bosatsu;

21. Amadai Kannon Bosatsu;

22. Hae (ou Hyoe) Kannon Bosatsu;

23. Ruri Kannon Bosatsu;

24.Tarason Kannon Bosatsu;

25. Kôri Kannon Bosatsu;

26. Rokuji Kannon Bosatsu;

27. Fuhi Kannon Bosatsu;

28. Merôfu Kannon Bosatsu;

29. Gasshô Kannon Bosatsu;

30.Ichinyô Kannon Bosatsu;

31. Funi Kannon Bosatsu;

32. Jiren Kannon Bosatsu;

33. Shasui Kannon Bosatsu;


Essa lista e essa ordem não são fixas e podem ser encontradas muitas variantes. Existem, aliás, outros grupos de Kannon Bosatsu como, por exemplo, os "100 Kannon" do Hôjô-ji, os "1001 Kannon" do Renge-ô-in (Sanjûsangendô), os "3.000 Kannon" de Shizuoka etc. Essas "formas" também possuem nomes diversos, como a Nurete Kannon (que fica sobre a água) do templo Kiyomizu-dera, em Quioto."


Gostaram? Nos próximos posts, se o livro conter todas estas formas, transcrevê-las-ei para os senhores, de Yôryû até Shasui, ok? Que Kannon nos abençoe!









Essa É Do Peru!

Amigos, essa é do Peru! Literalmente! Quando estava no Sul semana passada, vi no jornal uma reportagem sobre as eleições no Peru, e soube que o presidente daquela nação, Sr. Alan Garcia, suprimiu nas escolas peruanas o canto da primeira estrofe de seu hino nacional, por conter uma visão negativa do povo peruano, a fim de o tornar mais otimista em relação ao mundo. Se justificou dando como exemplo inclusive o Brasil (gracias, señor Presidente!). Fiquei curioso e peguei o ótimo livro de Tiago José Berg (Hinos de Todos os Países do Mundo) para ver do que se tratava a primeira estrofe do hino. E, claro, compartilharei con ustedes, muchachos! Oid! "Largo tiempo el peruano oprimido La ominosa cadena arrastró; Condenado a cruel servidumbre Largo tiempo em silencio gimió." E a tradução: "Por longo tempo o peruano oprimido A agourenta corrente arrastou, Condenado a cruel servidão Por muito tempo em silêncio gemeu" Tienes toda la razón, señor Presidente! Cambia luego el himno!

Realengo

Viram quanto assunto atrasado? Pois é, e ainda tem mais, muito mais! Continuemos, pois, com nossa atualização, falando daquela trágica chacina em Realengo, motivada pelo Wellington... Aí os sabichões de plantão vão me questionar: "Saia dessa, Sr. LI: o que dizer para os familiares destas crianças, que morreram sem a menor chance de defesa, ante um celerado sem motivação alguma para estourar-lhes os miolos? Vai você ainda dizer que o mal não existe, que tudo isso é ilusão etc e tal? Se isso tudo for ilusão, o mundo é uma desgraça, hein? Saia dessa, LI!" Bom, vou tentar sair, sem saber se serei bem-sucedido. Primeiro, o que dizer para os familiares: Nada, a não ser compartilhar o choro da tristeza da perda. Serei eu insensível ao ponto de me manter impassível ante tal tragédia? Nada disso. Devo compartilhar deles esta dor. Até Cristo, que ressuscitou Lázaro, chorou sua morte, porque não haveríamos de chorar? A dor apenas, não a revolta, isso fica em outro departamento, ainda não é a hora. Quem tiver o volume 18 da Verdade da Vida faça-me o favor de abrir nas páginas 137 a 141 que o Mestre lhes dará uma resposta melhor do que eu até. Em suma, ele é questionado como o adepto deve agir diante da infelicidade do próximo, deve consolar ou dizer que "você é filho de Deus", como se nada ocorresse. O Mestre fala que deve se consolar pela perda mas que a pessoa deve ser levada paulatinamente à compreensão de que a morte do filho, por mais dolorosa que seja, também um dia passará. Segunda argumentação de meu interlocutor: o mal não existe realmente? Sim, o mal não existe real e originalmente, e a tendência dele é a sua autodestruição. O suicídio de Wellington é a prova mais cabal disso. O mal não tem força própria de sustentação, ele é apenas e tão somente fugidio e erradio, e volta ao nada, que é o seu local de origem. Próxima! O mundo é uma desgraça? O fenomênico pode até ser, é é uma desgraça por ser instável, não apresentar nenhum ponto de apoio que seja eterno, a não ser doutrinas religiosas (não só a da SNI). Por fim, porque ele fez isso? Ninguém sabe e eu não vou dizer como os evangélicos que ele estava sobre o poder demoníaco ou os espíritas para dizer que mais uma vez a fenomênica lei de causa e efeito, a chamada lei do retorno ataca novamente! Até quando permanceremos aquém da transcendência da lei de causa e efeito? Até quando precisamos ser punidos pelos nossos inexistentes pecados? Até quando mais Wellingtons serão necessários para nos fazer despertar essa Verdade? Até quando?

Marco Feliciano

Religião tem dessas coisas! Ajuda muito, mas também quando atrapalha... um clássico exemplo é o que o nosso Excelentíssimo Senhor Deputado Federal e Pastor Marco Feliciano fez, poucos dias depois de Bobô. Isso, sim, eu considero um desserviço não só à causa negra como também à própria espiritualidade, quando ele aventa uma suposta desgraça da raça negra à maldição que Noé (Noé, Noé!!!) lançou a seus filhos após o dilúvio, em virtude de um pileque que o mesmo tomou... maldição de bêbado tem dono? E o pior, em nenhum momento no Gênesis foi aventado que a raça negra tinha culpa no cartório. Tem culpa eu? Nada, nenhuma culpa no cartório. Mas a opinião dos pseudo-doutos especializados em religião, ah, se têm, ah, se têm... É como eu digo: sempre que ocorre algo de grandes proporções vem um sabichão religioso com uma resposta pronta, cheia de espiritualidade. No caso do Haiti, lembram-se? Com tanta desgraça por lá por conta de um terremoto, um pastor norte-americano, sem um culto melhor para fazer, inventa que o que aconteceu foi em virtude dos pecados e dos vodus dos haitianos. Alguns círculos espíritas também amiúde aprontam destas cousas: outro dia recebi uma comunicação espiritual da ex-mulher do Roberto Carlos, Maria Rita. Assim como existe na internet, basta pesquisar, comunicação espiritual daquele menino João Hélio, que foi arrastado num assalto no Rio, explicando o porquê daquela estúpida morte, aludindo ao fato dele ser romano, etc e tal... Ainda bem que, por enquanto, na SNI ninguém tentou, pelo menos hoje, explicar as coisas desta maneira. Porque os evangélicos pretendem com suas explicações apenas comprovar a veracidade e a pretensa santidade de suas doutrinas, ao passo que os espíritas apenas pretendem comprovar a existência da lei de causa e efeito ("isso ocorreu porque em vidas passadas a vítima era algoz blá-blá-blá"). Em ambos os casos, o que isso ajuda na evolução espiritual dos povos? Em pouca coisa, não? Mas aguardem! Não demorará muito e, ou um evangélico informará à nação brasileira que o tal do Wellington estava endemoniado quando fez aquela carnificina em Realengo ou uma daquelas 12 vítimas vai escrever uma comunicação espiritual tentanto acalmar seus pais e informar à mesma crédula nação brasileira que o que o Wellington fez é passível de perdão, porque em outra vida ele tripudiou do pobre Wellington o tempo todo... O quê??? Mas eu já estou adiantando o assunto do próximo post? Ora, passemos para ele então!

Bolsonaro III: Negros

Burp! Completamente refestelado de meu almoço antinatural, volto a escrever neste blog, e desta vez para tratar dos negros, já adiantando o assunto para meu próximo post, que não vai ser mais de Bobô, e sim de outro deputado... mas, calemo-nos em obséquio da ênfase... Preconceito racial é uma tolice tão disparatada quanto a homofobia, e, definitivamente, é coisa de gente que só acredita no fenômeno, e, pior, no corpo carnal. Sim, pois o que é a cor negra senão uma cor banhada numa substância chamada melanina, que é uma substância criada unica e exclusivamente para proteger a pele dos raios de sol, cuja incidência se dá precisamente nas regiões tropicais e mais afetadas pela incidência dos raios solares? Vendo por este prisma, o que é o negro senão o bem dotado e protegido e abençoado da espécie, o mais capacitado dentre todos os tipos de seres humanos que estão neste planeta? Mas não! Caçoamos da cor, da inteligência e amiúde do caráter dos melaninoides, como se isso fosse efetivamente influenciar em sua espiritualidade! Pobre humanidade! Enquanto ela não descobrir que o corpo carnal é apenas vestimenta e não caráter, vai ficar se esbatendo nestes estéreis debates sobre a superioridade das raças... Superioridade? Pfui, somos todos iguais, filhos do mesmo Pai... chega a ser ridículo isso... Por isso, como diria meu querido Bobô, paro por aqui, pois não quero mais discutir promiscuidade com vocês ou com quem quer que seja! Próximo post, please!

Bolsonaro II: Homossexuais

Apenas a título de complementação da conversa que tivemos ontem, cabe aqui a indagação: o que a SNI fala sobre a homossexualidade ou o homossexualismo? (sim, confesso que um destes termos é abominável para os gays, pois indica patologia, o que, afinal de contas, não vem a ser o caso... caso algum homossexual se digne a ler meu blog, peço perdão pela minha ignorância e preguiça por procurar o termo certo... mas, vamos lá...) Bom, até onde segundo sei, a SNI nunca se posicionou muito firme a respeito deste tema, de uns tempos para cá ela vem adotando a seguinte postura: aceita, mas que os gays, assim como os heteros, não assumam uma postura promíscua em relação aos demais adeptos. E para aqueles que se sentirem incomodados com esta situação (sim, porque nem com toda a propaganda de auto-afirmação as pessoas ainda não conseguem sair do armário, digamos, orgulhosamente), a SNI oferece explicações de cunho espiritual (não, não me perguntem que explicações seriam estas...) para o seu, digamos, problema... Agora, querem saber a minha opinião sobre tão intrincado tema (desde já friso, digo e repito que é opinião minha, nada tendo a ver com a alta cúpula seichonoiezista, apenas a opinião de um humílimo Líder de Iluminação): eu acho toda essa discussão uma rematada bobagem. Sim, senhores, bobagem. Assim como o preconceito racial, outra idiotice (eu iria usar termos mais chulos, mas a boa inducassão deste blogueiro impede de usar de tais caçanjes). Tudo isso é idiotice, et le saviez-vous le pourquoi? Porque tudo isso, no fundo no fundo (sem trocadilho!) é fenômeno, e, como tal, é inexistente. Espírito em si não tem sexo, o meu espírito não é homem nem mulher, eu venho para este plano e, digamos, sou obrigado a escolher o meu sexo como várias e várias outras variáveis existentes: eu escolho ser terrestre, eu escolho ser brasileiro, ser filho de fulano e sicrano, escolher tal profissão, torcer para um determinado time de futebol (desde que seja Flamengo ou Inter), ter esta ou aquela orientação política, e, entre outras coisas, o sexo e a sua orientação sexual. Assim, a pessoa é homossexual ou heterossexual apenas no plano fenomênico, e nada mais. Captaram a essência da questão? "Ora, direis, ouvir estrelas, mas o homossexualismo é antinatural, é uma aberração às leis divinas, ao crescei e multiplicai-vos do Gênesis, ao Adão e Eva, assim cadê o tal do conservar o sentimento natural?" Pensemos um pouco então: quantas coisas antinaturais praticamos inconscientemente e sequer nos damos conta disso? Querem uma prova disso? Minha augusta esposa está me chamando para almoçar. Um instante que verificarei o cardápio do dia. "Peito de frango assado recheado com maçãs e frango defumado acompanhado de batatas coradas e salada de grão de bico" (ufa!) Captaram? Eu comerei carne. Carne. Contrariarei a natureza vegetariana de minha constituição física, embora esteja doido para comer. O pobre frango está lá, me esperando, e comê-lo-ei, sem dó nem piedade, um alimento que talvez esteja impregnado de sentimentos de tristeza da pobre ave, e que provavelmente far-me-á mal e com sono daqui a uma meia hora... Aí pergunto para os naturalistas de plantão: o que é pior? Contrariar a minha natureza vegetariana e o meu sistema digestivo ou praticar atos antinaturais com alguém do mesmo sexo? O que vai me prejudicar mais? Se formos pela viés naturalista, como pretendem, teríamos todos que andar nus, pois Adão e Eva vieram nus a este mundo. Uma blusa, mesmo que seja de frio, já seria antinatural. E várias outras cositas... Assim, amigos, meu frango está me esperando e eu tenho que terminar este post: ser homo ou heterossexual é, como diria meu amigo Machado de Assis, "são gostos, são costumes". E, como tais, há quem os goste e quem os desgoste, o que, também, é muito natural. Cabe a nós, de parte a parte, respeitar os gostos, usos e costumes de cada um, e o resto, bem, o resto, como diria aquele célebre rabino...

sábado, 16 de abril de 2011

Bolsonaro

Agora sim vou polemizar, e num assunto que não encontro unanimidade e concordância nem mesmo com minha augusta e direitista senhora. Sim, estou falando do esquecido Jair Bolsonaro e sua tragicômica participação no CQC, dias atrás... Sim, senhores, pois, se tenho que reprochar Bolsonaro, é apenas e tão somente no que tange à sua audîção, e isto porque confundir auditivamente "gay" (escuta-se "guei") com "negra", realmente é caso para Centro Auditivo Telex... Mais engraçado ainda é o fato dele tentar corrigir um assunto evocando outro pior, no caso, a emenda saiu bem pior do que o soneto! Mas, vamos lá então... antes de mais nada, quero dizer que sou eleitor a umas duas legislaturas dos Bolsonaro, pai e filho, federal e estadual e só não cravo no outro filho porque este é vereador no Rio de Janeiro e eu moro em Niterói... E defendo, sim, o que ele disse, sem medo de perder a audiência neste blog, e já explico a razão... Hoje falamos muito em democracia, em liberdade de opinião. Você é livre para expressar o que bem quiser e o que bem entender, certo? Sim, desde que em certos limites estabelecidos. Aí é que começa o busílis, quando interpretaram mal que Bobô (tenho intimidade para tratá-lo assim, afinal, sou seu eleitor!) falou, em especial sobre a questão gay. Aí questiono os meus nobres leitores deste blog: qual o grande, o absurdo problema que tem de Bobô não gostar de homossexuais? Cáspita, isso é tão natural quanto o fato de eu não gostar de gremistas, por exemplo, eu, colorado de truz, ou simplesmente não gostar de vascaínos, eu, flamenguista de carteirinha! Por ele não gostar de homossexuais ele vai sair batendo em tudo quanto é gay? Não, até porque, como ele mesmo disse, o que cada um faz com seus corpos peludos é problema de cada um... Aí entra a segunda e mais perturbadora questão, e explico já a razão do perturbadora. Muita gente pensa como ele, e o lado mais, digamos, avançadinho da sociedade simplesmente não tolera esta discordância de opiniões, tachando-a de antiga, retrógrada, e desembocando em adjetivos até meio forçosos como intolerante, virulenta e quejandos. Aí questiono novamente: como fazer para "convencer" este lado mais reacionário a passar para o seu lado? Como fazer isso sem mexer com sua liberdade individual de opinião? Simplesmente aceitar o fato de que existem certas pessoas não suportam homossexuais, e nem por isso vão sair agredindo e coisa e tal. "Ah", dirão alguns, "mas isso vai fomentar atos de violência e homofobia". Pode até ser, mas para um cidadão chegar ao cúmulo de agredir um outro igual seu por simplesmente ser homossexual é preciso, com todo respeito, ter muita caraminhola na cabeça. Como diria o nobre deputado, "deixai os peludos com seus peludos", e fim de papo. Querer forçar uma parcela da população a rezar pela sua cartilha é tão violento quanto os atos escrachados de homofobia, só que esta é uma violência invisível, sutil, praticamente uma tortura chinesa. É querer vencer pelo cansaço o sagrado direito de um ser humano de acreditar como verdadeiro as coisas mais falsas deste mundo e vice-versa. Ou não. Por isso acho que toda essa grita contra Bobô é desnecessária. E, por fim, quanto ao Marcelo Tas ter orgulho de sua filha lésbica, parabéns para ele: é um direito que ele tem de se sentir feliz, assim como Bobô tem o direito de manifestar sua insatisfação se a filha fosse dele... esta, pelo menos, é a minha opinião, até porque... Seicho-No-Ie é ou não é contra qualquer dogmatismo, seja lá de que setor venha?

Quem É Vivo...

...sempre aparece, já dizia o adágio popular. Então, voltei, e explico agora a razão de minha ausência, graças ao último fim de semana que estive no Sul, onde não tenho computador. Mas, mesmo assim, tenho várias coisas para compartilhar com vocês, e assuntos que estavam na pauta do dia e que foram tomados por outros e outros e outros, para que, no fim, nem eu saiba por onde começar. Mas, comecemos por algum tema, enfim. Daí a conversa fluirá melhor...

domingo, 3 de abril de 2011

À Guisa de Epílogo

Mais um estudo pronto. Muito obrigado. Não quis fazer um estudo à la Seicho Taniguchi em seu "Dedicado à Iluminação", li em janeiro passado a sua interpretação, mas quis fazer uma aqui, do meu jeito. Confesso que perto do estudo da RDGH, este estudo é um pouco mais fraco, ou melhor, menos revelador do que o estudo que fiz primeiro. Mas nem por isso menos importante. Afinal, discutiu-se temas como o verdadeiro adepto da SNI e sua posição no mundo. E, acredito também, embora em nenhuma das catorze frases estudadas eu tenha colocado isso, guardadas as devidas proporções, isso vale também para os adeptos das demais filosofias e religiões. Ou seja, o mesmo Deus que viu os sofrimentos e erros da humanidade e apareceu na SNI pode, sim, muito bem, aparecer numa igreja católica, numa igreja evangélica, numa mesquita, numa sinagoga, num pagode, num mosteiro, em todo o lugar. Et saviez-vous le pourquoi? Porque ele não se prende a absoluta e rigorosamente nada; uma pessoa pode muito bem ser salva e mais espiritualizada numa igreja evangélica do que na SNI. Da mesma forma, um muçulmano pode ser bem mais espiritualizado do que um SNI ou um católico, e vice-versa. E isso porque o que, no fundo, contará, é a sua atitude mental. E é para isso que a SNI veio: conscientizar a humanidade através da mudança de sua atitude mental. E é por isso que estamos aqui: para levar esta boa nova a todos aqueles que, sinceros crentes em sua fé, ainda não se aperceberam que para Deus pouco importa se você é branco ou preto, pobre ou rico, comunista ou capitalista, hetero ou homo, flamenguista ou vascaíno, colorado ou gremista (embora eu ache ser flamenguista e colorado bem melhor..., voltando...) não importa. O que importa apenas, para você ser um bom apóstolo da missão sagrada é, primeiro, ter uma atitude mental e, segundo, acreditar piamente que tudo e todos os que nos cercam são nossos irmãos e dignos de nossa mais humilde reverência e amor. O resto? Bem, o resto, como diria aquele celebérrimo rabino... Muito obrigado!

Frase Décima Quarta

"Ó Deus, derramando Vossa bênção, tornai ainda mais profunda a fé dos apóstolos da Missão Sagrada, fazei-os manifestar a milagrosa força divina e permiti que os benefícios dessa força atinjam todos os cantos do Universo" E assim, com uma invocação, terminamos a sutra, pedindo pelo aprofundamento da fé dos apóstolos da Missão Sagrada, para a manifestação de Sua força e que esta força atinja todo o Universo. Isso me lembra aquela velha invocação católica: "Creio, Senhor, mas aumentai minha fé". Na realidade, como se pode tornar mais profunda uma fé? Acho que através de estudo, oração e prática. O estudo da doutrina vai te permitir conhecer os fundamentos filosófico-religiosos da SNI e que, desde já adianto, não são poucos nem rasos, são, ao contrário, muito profundos e exigem, sim, muita disciplina. A oração seria o lado prático deste estudo, ou seja, colocando na oração tudo aquilo que você leu e estudou sobre o que é o mundo e a vida segundo a SNI. Por fim, a prática. Ah, a prática... De nada adianta estudo e oração sem a tal da prática. Aliás, a prática é o maior cartão de visitas de um adepto da SNI, não são as revistas sagradas, não. De que adianta você dar revistas sagradas ao seu vizinho se você, adepto assíduo e ferrenho, conhecedor de todas as Academias de Treinamento Espiritual do Brasil, rato de Ibiúna, que tem mais de dez Convenções Nacionais nas costas, conseguiu aquele dificílimo pacote de viagens para o Japão conhecer, in loco, a terra natal de Masaharu Taniguchi, de que adianta tudo isso se, no fundo, você vive desarmoniosamente com seu próximo (ou sua próxima, dependendo do sexo, não sei...)? Se você não colocar isso em prática, todas estas suas obras serão mortas, inclusive a cota gigantesca de 100 revistas mensais que você pega na sua AL. E, sabem porquê? Porque SNI não é uma religião, ou uma filosofia de ritos externos. Ela é, antes de tudo, uma religião ou uma filosofia de uma verdadeira conscientização do nosso lugar no mundo. Ela nos remete, sim, à nossa verdadeira e única filiação, nos aproxima de um grandioso poder e diz, por fim: "Sede livres, amando a todas as coisas do céu e da terra, porque, no fundo, você é todas as coisas do céu e da terra. Agindo assim, conquistarão a verdadeira felicidade de filhos de Deus". Muito Obrigado!

Frase Décima Terceira

"Vós sois filhos de Deus e, devotando-se ao trabalho apostolar imbuídos do propósito de salvar o próximo, alcançarão o diamantino e indestrutível estado de iluminação" Calma, calma, que já estamos quase acabando. Esta é a penúltima frase, vamos lá? O primeiro trecho reforça a nossa verdadeira natureza, ou seja, "vós sois filhos de Deus", ou seja, nossa filiação divina. Mas, o que tem isso a ver com o resto da frase e do contexto? Vejamos... "e, devotando-se ao trabalho apostolar imbuídos do propósito de salvar o próximo": ou seja, se nos dedicarmos ao trabalho apostolar baseado na salvação do próximo (missão dos boddhisattvas)... "alcançarão o diamantino e indestrutível estado de iluminação": alcançaremos a iluminação eterna, aquela que, parafraseando Cristo, as traças não o corroem. Ótimo, muito bom, dirão vocês, que coçarão a cabeça logo em seguida e me questionarão, não sem um pouco de razão: "Se nós somos filhos de Deus desde o princípio, isso não significaria que alcançaríamos a iluminação mesmo não sendo membros da Missão Sagrada, ou apóstolos da salvação humana? Caso positivo, onde estaria os méritos de tais apóstolos, já que eles alcançariam a iluminação tanto quanto nós?" Boa pergunta, e espero que a resposta seja melhor. Um aspecto importante, talvez o mais importante da iluminação, é se conscientizar de que tudo é originário de uma única fonte, de um único ponto indistinto no Universo. Podem chamá-lo de Deus, natureza, evolução, o que for. Mas tudo deriva deste único ponto. Certo? Tudo partindo deste único ponto, significa que somos irmanados com boa parte do que conhecemos e desconhecemos. Ah, não, é? Então porque cargas d´água ajudamos os desabrigados da Região Serrana do Rio, meses atrás, gente que a gente nem conhece, sequer viu na vida e nem imagina se, conhecendo, serão nossos amigos ou inimigos? Hein, hein, hein? Ora, direis, a resposta é uma só: solidariedade. E aí você começa a abrir a porta da minha resposta. Não entendeu? Continuemos, pois. A solidariedade é um sentimento que nos faz sentir próximos com o outro, geralmente quando este outro está passando por um momento difícil. Se não me falha a memória, é uma das quatro manifestações de amor de shimuryoshin. E por qual motivo temos este sentimento de solidariedade com o próximo, hein, hein, hein? Quem respondeu que o motivo é porque "eu e o outro somos um só" acertou na mosca. É isso aí. No momento em que somos solidários, sentimo-nos unos com o próximo ou mesmo o distante. E isso porque somos de uma única origem. Agora, pergunto para vocês (e podem até mesmo ler os posts anteriores): o que é um boddhisattva mesmo? Ah, é alguém que procura salvar o próximo antes mesmo da sua própria salvação? Sim, entendo... então, um boddhisattva seria necessariamente solidário porque ele se sente uno com toda a humanidade, é? Ah, entendo... Então a iluminação tem a ver com o sentimento de solidariedade, é? That´s the question, buddy! A iluminação é exatamente esta conscientização de que todos somos um, que faz os verdadeiros apóstolos da missão sagrada a abandonarem os seus pequenos egos e salvarem a humanidade inteira, por carregar para si mesmo toda a responsabilidade da salvação deste mundo fenomênico. Assim... Quando um apóstolo se dedica ao movimento de iluminação da humanidade, ele naturalmente alcança a iluminação, pela conscientização final de que eu e o outro somos um. Captaram a mensagem ? Vamos, então, encerrar este estudo com nossa última frase?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

E Não Foi A Primeira Vez...

O post anterior não foi a primeira piadinha cretina que este blogueiro faz usando o santo nome da SNI. A outra, confesso, foi pior, numa quinta-feira, 1º de abril também, acho que em 2004 ou 2005. Àquela ocasião, este cidadão que vos tecla, ainda na qualidade de apresentador, estava numa reunião da Fraternidade, e tendo como preletor Seu Lício. Pois bem, logo nas boas-vindas, saúdo a todos os partícipes com um caloroso "Sejam muito bem-vindos à Seicho-No-Ie, a casa do filho do pecado!". Ninguém entendeu nada, seu Licio olhou para mim sem entender bulhufas para, no final, arrematar: "Calma, gente, é primeiro de abril!", para aí sim o clima se desvanecer. Pensando bem, deve ser por essa razão que nunca mais apresentei nada naquela AL... brincadeira, nem fui repreendido depois, como aliás, eu deveria, mas sou assim: perco o cargo de apresentador, mas não perco a piada. Mas, para quem se sentiu ofendido com a petulância do apresentador, minhas sinceras desculpas! Mas que a cara de seu Lício naqueles cinco segundos foi impagável, ah, isso foi!

Importante Declaração!

Povo do meu blog! Vocês não sabem o quanto me custa escrever estas linhas agora, mas minha consciência não dormirá tranquila hoje se não me permitir desabafar com vocês algumas coisas... Tratam-se de revelações importantes que tenho a fazer sobre alguns assuntos que muito me incomodam. Vamos lá? 1) Em primeiro lugar, de um tempo para cá não mais acredito na Seicho-No-Ie nem no que ela prega. Essa história de que tudo começa na mente é uma rematada bobagem. Viram eu falando nisso ultimamente? Pois é, vem desde meu último post sobre este assunto esta minha reflexão. 2) Consequentemente, tenho de dizer que um dos principais postulados da SNI, ou seja, a de que o homem é filho de Deus, é uma grande tolice. Somos sim, um bando de degenerados pastando nesta terra, destinados a uma morte inglória. Cura de doenças? Tolice, vamos todos para o mesmo buraco quando nos formos. A morte, sim, é a única certeza. Deus? Tsc, tsc, tsc... 3) Falando em Deus, concebo sérias dúvidas sobre sua existência. Até agora nunca ninguém provou nada sobre sua existência. Eu nunca vi, escutei, toquei, cheirei ou falei algo divino. Consequentemente... 4) Esta história de pecado, de preceitos religiosos é pura balela. Nós viemos aqui apenas de passage, para sofrer, sem expectativa alguma. Ou você espera, iludido leitor, que suas orações vão lhe salvar? Oração para quê, cara pálida? Para ninguém? Melhor cantar uma musica, pelo menos soa melhor aos ouvidos alheios... 5) Depois deste desabafo gostaria de informar que não tenho mais interesse algum em escrever neste blog, criado por um imbecil como eu que acredita nesta tal de "seicho-no-iê" e que enganou vocês todos direitinho hoje, neste primeiro de abril! Ha ha ha!!!